terça-feira, 14 de julho de 2009

O valor do silêncio e da oração!


Tentando buscar no fundo uma verdadeira e sentida explicação para a oração e para o silêncio, começo lembrando que Jesus, nas suas Sagradas Escrituras, nos ensina a entrar no quarto e rezar a Deus em silêncio... Lá não fala em ligar um som, colocar um fundo musical, nada, apenas orar a Deus. Parece muito simples, daí queremos inventar... Deus através de Jesus nos ensina que o quarto significa um lugar reservado onde as distrações são diminuídas, onde o barulho é ausente, para que entremos em comunhão com Deus pela oração, sem distrações, sem fundo musical que nos leve facilmente às emoções, mas que, sem nenhum mecanismo externo, apenas entremos em contato com Deus dizendo: Pai nosso que estais no céu... Na primeira carta de Pedro no capítulo cinco versículo oito, Jesus nos fala através de Pedro que devemos “vigiai, pois o leão ruge forte ao nosso redor procurando a quem devorar”. E porque Pedro não escreveu que o leão não devora, mas sim procura a quem devorar? Justamente por causa da oração, vigiar na oração, a sós no seu quarto significa estar em silêncio para escutar Deus. O mundo moderno faz muito barulho, justamente para que não fiquemos em silêncio, para que não reflitamos, para que não ouçamos Deus. Daí vem as conseqüências da modernidade que é a correria, o stress, a depressão. O homem adoece porque não pára e não faz silêncio, não ouve Deus. O resultado disso estamos convivendo com ele, pessoas estressadas, mal humoradas, cansadas, sofridas. Sofridas mesmo, com muitos problemas físicos, psicológicos e espirituais.
Acabo de ler um artigo sobre o Padre Fábio de Melo. O texto aponta uma heresia dita pelo padre no seu novo livro, carta entre amigos, na página 15, segunda carta, que nega a presença rela de Cristo na eucaristia e fala contra a ressurreição. Li o artigo, como teólogo, e como teólogo fui tentar discutir o texto com uma colega de trabalho. Ela não bateu fisicamente, mas suas palavras carregadas de cansaço e stress me agrediram. Me lembrei então do leão que ruge, e ruge alto, fazendo que as pessoas percam a capacidade da reflexão e do diálogo, e se tornando muito práticas pela falta de tempo, soltam respostas prontas, falando alto de forma agressiva, finalizando a conversa e se fazendo a voz da verdade, relativisando tudo. Minha colega soltou essa: “ele é atacado mesmo porque ta fazendo sucesso, católico tem que ser bonito, cantar, fazer sucesso mesmo!” Dentre outras coisas... Nossa, eu que tinha iniciado o diálogo perguntando a ela o que ela tinha aprendido de verdade no catecismo, já que ela fez um catecismo a tempos onde ainda se rezava no quarto, sugerindo a centralidade da vida cristã que é a vida, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, ela disse que não se lembrava de nada a não ser da música de Roberto Carlos que a catequista colocava na aula. Eu tentei ainda dizer que a verdade não tem contexto que a engloba, é apenas a verdade. Jesus morreu e ressuscitou, essa é a verdade, não tem contexto que mude essa verdade. Tentei prolongar o diálogo e fui agredido com a impaciência de uma pessoa que se tornou devorada pelo leão que ruge nas cabeças não deixando que as pessoas pensem, reflitam e ouçam a Deus, até mesmo nas palavras proféticas que chegam até nós constantemente.
Penso também no aumento do número de psicólogos e a diminuição de profetas, de sacerdotes, de pessoas que ouvem a Deus. Recentemente fiz um curso de um método de auto conhecimento chamado eneagrama. Sem entrar em detalhes nesse método, quero apenas destacar que o curso, que envolve além da teoria, práticas terapêuticas, faz com que entremos em contato com nosso interior. Pergunto: Não é o que faz Jesus com a teoria da Sua Palavra? Precisamos entrar no silêncio de um consultório para conseguir refletir a própria vida, quando o Cristo já nos ensinou a entrar no quarto e orar a Deus? Um padre que sou devoto, e que para mim é um homem santo, diz que não compreendia bem a necessidade dos psicólogos... Bem, este padre, hoje com 78 anos, vem de um tempo que se ouvia a Deus.
O que pretendo com essa reflexão é chamar a atenção das pessoas para a simplicidade da vida. O valor do silêncio e da oração é um valor para a vida... É um valor e uma necessidade para que o leão não nos devore e que não precisemos que psicólogos nos levem a buscar respostas que já temos, que já nos é dada pelo Espírito Santo, mas que está adormecida e entorpecida pelo barulho e pela correria do mundo. Peguemos a Palavra de Deus, entremos no quarto e ouçamos a Deus! Esse é o segredo! De tão simples as pessoas não dão valor, como ao próprio Cristo que incomodou pela simplicidade de Sua vida e de Sua sabedoria, pelo simples fato que Ele se retirava para rezar. Ele ouvia o Pai.

Benção e paz!
Marcelo Vilela – OCDS – Montes Claros-MG

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